Acho que já fiz muito disso. Já deixei de ser eu mesmo para ser um outro, ser aquilo que os meus desejos por aceitação me fizeram ser. No final, a única pergunta que fica é: quem eu sou?
Sou o que sou. Sou o que me fizeram ser. Eu posso mentir dizendo que sou outra pessoa, mas essa mentira também seria eu. Não tem como me definir em um, pois sou muitos e, desses muitos, fazem eu. Meio metafórico o que eu acabei de escrever, mas como isso persiste em viver na minha mente, quase que num anseio de ser livre, dou o que este pensamento pede e o livro nesse texto.
Não dou a ninguém a responsabilidade de me entender. Nem peço a ninguém que me entenda por mim, mas peço àqueles que confio que estejam comigo, seja eu quem for. Entendam o meu momento e quem, naquele momento, eu pretendo ser. Posso definir essa amálgama que chamo de “eu” nessa palavra: momento. Eu estou. Eu sou esse estar.
No inglês o verbo “ser” e “estar” são o mesmo. Nunca entendi o porquê. Sempre achei que fosse uma construção pobre. Não. Não é. Há muito mais significado nessa linguística do que se imagina. Eu sou meio assim. O “ser” e “estar” em mim, são um.
Hoje me senti livre. Pelas coisas que vi, pelas que aprendi e por tudo que tinha de ânsia. Fico feliz por essa minha felicidade e, por mais que momentânea (e tudo bem ser assim, dado que não há sol que viva para sempre, nem chuva que nunca acabe) eu a aproveito. E vivo. E sinto. E sou.